Pode isso, Rands?
Compostura é artigo raro nessas eleições, ao mesmo tempo em que os mais diversos candidatos assumem comportamentos autoritários.
Na manhã desta quarta-feira (19), em sabatina promovida pelo Porto Digital, o candidato ao Governo do Estado Maurício Rands (Pros) dedicou parte do seu tempo a atacar profissionais jornalistas.
De modo desrespeitoso, atribuiu ao comportamento da mídia seu desempenho desfavorável na campanha eleitoral, em especial ao fazer referência ao programa Roda Viva Pernambuco, exibido na noite desta terça-feira (18) pela TV Nova.
Profissionais que denunciam o Diario de Pernambuco (empresa da qual o candidato é acionista) de praticar diversas ilegalidades trabalhistas têm sido tratados de maneira agressiva e desrespeitosa.
Quando questionado sobre esse assunto, o candidato revela uma atitude absolutamente incompatível com o que ele sugere ser a “nova política” da qual se diz representante.
Sua atuação à moda dos antigos coronéis donos da mídia reforça essa incompatibilidade. O candidato tira vantagem do fato de ser acionista do Diario de Pernambuco para obter visibilidade no jornal.
Mesmo usando o Diario como peça de marketing, o acionista vem apresentando resultados pífios na corrida ao Palácio das Princesas, revelados por pesquisas de intenção de voto. Rands colhe o que plantou.
É estarrecedor observar um “dono” de jornal desferir ataques contra jornalistas de maneira tão intempestiva. É ainda lamentável ouvir alguém se colocar como solução para os problemas de Pernambuco quando sequer consegue pagar em dia seus funcionários nem honrar direitos trabalhistas dos que demite.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) rechaçam veementemente o comportamento do candidato do Pros e exigem respeito em relação à categoria. Isso é o mínimo que um candidato ao posto mais alto da política estadual pode oferecer.
Como resposta à frase mote da sua campanha, que pergunta “pode isso, Rands?”, nós, Jornalistas, dizemos: não pode!
Sinjope
Comissão de Ética do Sinjope
Fenaj
Deixe um comentário